Qual a diferença entre coma e estado vegetativo?

De forma abrangente, a consciência é a capacidade de perceber a relação entre si e o ambiente. Quando uma lesão cerebral acontece, esta relação pode sofrer alterações ou até mesmo deixar de existir.

Alerta

É o estado que você se encontra neste momento, lendo este texto. É estar acordado e interagindo com o ambiente, intencionalmente.

Sonolência

Estar em estado de sonolência é estar dormindo. O despertar acontece com um estímulo verbal  (“acorde!”) ou um simples toque.

Torpor

O torpor é o estado pré-coma. Ainda é possível acordar o indivíduo, mas por meio de um estímulo mais impactante, como provocar uma sensação dolorosa ou uma situação estressante.

Coma

Coma é uma disfunção do cérebro. Neste estado, a consciência se ausenta e não existem estímulos que façam o indivíduo reagir, sendo necessário o auxílio de aparelhos para a respiração e a alimentação, além do monitoramento da circulação sanguínea.

O coma é sempre consequência de uma lesão neurológica grave, que pode derivar de  aneurismas rotos, de tumores cerebrais, traumatismos cranioencefálicos, hipoglicemia ou hiperglicemia e intoxicação por drogas.

A causa do coma é pergunta mais importante a ser feita, pois a sua resposta é o caminho do tratamento. É impossível curar o coma, mas é possível tratar a causa dele.

Uma pessoa pode ficar dias, semanas, meses e até anos em coma. Quanto maior a duração, maior a probabilidade de danos ao cérebro.

Um ano de coma não é motivo de desanimar, pois ainda há chances de recuperação. No entanto, durante esse tempo, é necessário manter os cuidados com a saúde do paciente, além movimentar o seu corpo pelo menos a cada duas horas para evitar o surgimento de feridas que podem se transformar em infecções gravíssimas. Estas infecções são umas principais causas de morte em pacientes em estado de coma.

Se paciente acordar do coma, ele pode voltar ao estado de consciência ou evoluir para o estado vegetativo.

Estado vegetativo

No estado vegetativo o paciente permanece com a cognição comprometida e, consequentemente, sem interação e percepção do ambiente. No entanto, ele passa a oscilar entre o estado de sono e o estado de vigília e a manifestar movimentos automáticos, involuntários e reflexos. Entre os movimentos estão: respirar, bocejar, tossir, sorrir, engolir, mastigar, tremer, balbuciar, etc.

Suas respostas aparentes ao mundo ao seu redor resultam de reflexos básicos involuntários e não de uma ação consciente. Quando o estado vegetativo perdura por mais de um mês, ele se torna persistente e reduzem-se as chances de reversão.

Tanto no estado vegetativo, quanto no coma, é importante realizar fisioterapia para a manutenção da massa corpórea e a redução de problemas osteoarticulares. Quanto melhor forem os cuidados com a saúde do paciente, maior serão as suas chances de sobreviver e melhorar.

Estado de consciência mínima

Um estado de consciência mínima pode resultar da lesão cerebral, ou pode seguir um estado vegetativo, conforme as pessoas recuperam uma parte da capacidade funcional.

O paciente dá indícios de consciência de si de seu ambiente, tais como estabelecer contato visual, seguir objetos com seus olhos, tentar alcançar objetos, responder questões, reagir a comandos de forma normal.

A maioria das pessoas em estado de consciência mínima tende a melhorar continuamente, mas a melhoria é limitada. Algumas pessoas recuperam a capacidade de se comunicar e compreender, por vezes depois de muitos anos. No entanto, poucos se recuperam o suficiente para viver e agir de forma independente.