Vantagens da cirurgia minimamente invasiva
A cirurgia minimamente invasiva abrange técnicas cirúrgicas que limitam o tamanho das incisões e diminuem o risco de infecção, além de outros benefícios. É usada para diferentes tipos de intervenção em praticamente todos os órgãos e estruturas do corpo humano.
Na área ginecológica, por exemplo, é importante para avaliação e tratamento de diversas doenças femininas, desde estadiamento, acompanhamento e remoção de tumores nos órgãos reprodutivos, à detecção e remoção de miomas uterinos, tecido endometrial ectópico, pólipos endometriais e cistos, ou correção de prolapso uterino, por exemplo.
Os procedimentos minimamente invasivos podem ser realizados, ainda, com o auxílio de um robô (cirurgia robótica).
Continue lendo e saiba mais sobre a cirurgia minimamente invasiva neste texto. Nele, abordo o funcionamento do procedimento, vantagens e diferenças quando comparado com a cirurgia tradicional, além de destacar importância para a área ginecológica.
Como a cirurgia minimamente invasiva funciona?
Com incisões que variam de 0,3 a 1,2 cm, as técnicas minimamente invasivas utilizam equipamentos de alta tecnologia, como tubos óticos (endoscópio) com minicâmeras em alta resolução, fibras óticas e monitores, que transmitem o procedimento em tempo real.
As tecnologias de imagem atuais possibilitam uma visão mais detalhada do espaço operacional, com ampliação do local ou órgão que sofrerá intervenção em até 20 vezes e definição, inclusive, de critérios como profundidade, enquanto softwares fornecem orientações para navegação durante todo o processo.
Os tipos de endoscópio variam de acordo com cada procedimento.
As intervenções cirúrgicas são realizadas em ambiente hospitalar, normalmente com a utilização de anestesia geral.
Já os diagnósticos podem ser feitos em ambiente ambulatorial com a paciente apenas sob sedação ou com anestesia local.
Logo após a anestesia, é realizada a limpeza da região a ser operada e, em seguida, a incisão para inserção do endoscópio. Conforme o local e tipo de cirurgia, podem ser utilizados ainda orifícios naturais, como orifício do colo uterino na histeroscopia, por exemplo. Outras pequenas incisões também são feitas para introdução dos instrumentos.
Quando a cirurgia acontece com o auxílio de um robô, os cirurgiões operam mediante um console equipado com dois controladores principais que manobram os braços.
Os movimentos são controlados por softwares, garantindo ainda maior precisão. As plataformas colaborativas humano-robô e o uso de ferramentas articuladas aumentaram ainda mais as taxas de sucesso nos procedimentos minimamente invasivos.
O tempo de duração das intervenções minimamente invasivas variam de acordo com o tipo de procedimento e problema que será investigado ou tratado.
A mesma regra é aplicada para liberação da paciente. Nas abordagens diagnósticas, é liberada logo após, enquanto na cirúrgica pode ser necessário internação por pelo menos 24 horas, nos casos mais complexos.
O retorno às atividades também é mais rápido, porém o período de recuperação pode variar de acordo com as características de cada paciente.
Como a cirurgia tradicional funciona?
Durante muitos anos, a cirurgia tradicional foi a única opção para tratar diversos problemas médicos. Também conhecida como cirurgia aberta, é mais invasiva, exige incisões maiores para visualização do espaço operacional, que podem resultar em grandes feridas, dolorosas e de difícil cicatrização.
Órgãos, tecidos ou estruturas são visualizados a olho nu ou com o uso de lupas e microscópios e o tempo operatório é maior.
Entretanto, mesmo com a expansão da cirurgia minimamente invasiva em diferentes especialidades médicas – atualmente é o método cirúrgico mais realizado para o tratamento de várias doenças –, em alguns casos a cirurgia convencional ainda é a melhor opção, principalmente nos que exigem maior percepção tátil, quando os procedimentos minimamente invasivos não são indicados por motivos clínicos.
Cirurgia minimamente invasiva X cirurgia tradicional
Na cirurgia minimamente invasiva, recursos como a ampliação visual do órgão que será operado, e por não haver necessidade de palpação, preservando, ao mesmo tempo, a integridade dele, além da orientação fornecida pelos softwares para navegação durante o procedimento, garantem melhores resultados e benefícios para as pacientes:
- Cicatriz cirúrgica reduzida;
- Menos dor pós-operatória;
- Menor taxa de complicações;
- Menor perda de sangue;
- Baixo risco de infecções;
- Menor risco para a formação de aderências;
- Alta hospitalar precoce;
- Recuperação mais rápida;
- Retorno mais rápido as atividades habituais;
- Maior conforto para paciente;
- Menor risco associado ao procedimento.
Por outro lado, a cirurgia aberta exige grandes incisões para possibilitar a visualização, aumentando as chances para a ocorrência de reações inflamatórias e, consequentemente, de infecções bacterianas e virais após a cirurgia. Os riscos associados à realização dos procedimentos também são maiores.
Na área ginecológica, a cirurgia minimamente invasiva possibilitou o aprimoramento de diversos procedimentos anteriormente realizados pela cirurgia tradicional, de forma menos invasiva e com maior segurança para a paciente, como remoção do útero (histerectomia), dos ovários (ooforectomia) e laqueadura para esterilização feminina.
Também é atualmente o método adotado para avaliação das pacientes inférteis, proporcionando um diagnóstico mais acurado, facilitando a orientação terapêutica.
As principais técnicas utilizadas são a videolaparoscopia e a histeroscopia, nas modalidades ambulatorial e cirúrgica, realizadas com ou sem ou auxílio de um robô. Elas são indicadas para investigação e tratamento de praticamente todas as doenças ou alterações relacionadas ao aparelho reprodutor feminino.